A tecnologia tem desempenhado um papel significativo na maneira como nos comunicamos oralmente. As mudanças tecnológicas e o surgimento de novas formas de interação virtual têm impactado a linguagem oral, moldando a comunicação do futuro. Neste artigo, vamos explorar os efeitos da tecnologia na linguagem oral, discutir as tendências atuais nesse campo e analisar como a tecnologia está transformando a comunicação digital e a interação virtual.
A Evolução da Linguagem Humana e seu Papel na Comunicação
A evolução da linguagem humana desempenhou um papel fundamental na história da comunicação. A fala foi a primeira grande tecnologia desenvolvida pelo ser humano e impulsionou seu progresso em relação às demais espécies. A linguagem dos símbolos e sinais foi a primeira forma de comunicação utilizada pelos hominídeos, seguida pelo desenvolvimento da linguagem verbal e escrita.
Neste artigo, vamos explorar a relação entre a evolução da linguagem humana e a comunicação verbal, bem como a influência da tecnologia de fala nesse processo.
A Fala: A Primeira Tecnologia de Comunicação
A fala foi a base da comunicação humana, permitindo que os nossos antepassados transmitissem informações, sentimentos e desejos uns aos outros. Através da fala, podemos expressar ideias complexas, compartilhar histórias e estabelecer conexões emocionais. Essa forma de comunicação oral permitiu que os seres humanos se agrupassem e cooperassem, impulsionando o desenvolvimento da sociedade.
Características da Fala | Vantagens |
---|---|
1. Sonora e Articulada | Possibilidade de expressar uma variedade de sons e palavras |
2. Flexibilidade | Adaptação rápida às necessidades comunicativas |
3. Interatividade | Interação social direta e imediata |
A fala foi o primeiro passo para o desenvolvimento da linguagem humana, permitindo a comunicação em tempo real e facilitando a transmissão de conhecimentos entre gerações. Através da fala, as sociedades antigas foram capazes de formar identidades culturais, criar mitos e contar histórias que ajudaram a dar sentido ao mundo ao seu redor.
Entretanto, a evolução da linguagem não parou na fala. Com o tempo, os seres humanos desenvolveram sistemas de escrita e tornaram-se capazes de registrar suas ideias, permitindo a transmissão do conhecimento para além das fronteiras do espaço e do tempo. A invenção da escrita marcou outro salto na evolução da linguagem humana e abriu uma nova era de comunicação.
A relação entre a evolução da linguagem e a comunicação verbal é intrínseca. A linguagem humana nos permite conectar com outras pessoas, compartilhar informações, expressar emoções e construir relações sociais. Sem a linguagem, a comunicação verbal seria impossível, restringindo a nossa capacidade de interagir e colaborar.
A tecnologia de fala atual, como os dispositivos de reconhecimento de voz e assistentes virtuais, continua a avançar, ampliando ainda mais as possibilidades de comunicação. No entanto, é importante lembrar que a linguagem humana é muito mais do que apenas palavras faladas – ela é um reflexo da nossa cultura, experiências e identidade como seres humanos.
As Etapas da Linguagem e as Mudanças na Comunicação
Para entender o que ocorre na atual era digital, é fundamental analisar os processos históricos que moldaram a linguagem ao longo da evolução humana. A linguagem, como elemento central da comunicação e do desenvolvimento cultural, passou por seis etapas cruciais que refletem transformações profundas nas formas de expressão e interação. Essas etapas – civilização oral, civilização escrita, civilização, cultura de massa, cultura de mídias e cultura digital (cibercultura) – representam marcos distintos no modo como a humanidade se relaciona com o conhecimento, a informação e as tecnologias comunicativas.

Esta imagem representa as diferentes etapas da linguagem, desde a civilização oral até a cultura digital, com elementos específicos de cada fase.
1. Civilização Oral
Na civilização oral, a comunicação era predominantemente baseada na fala. As histórias, tradições e conhecimentos foram transmitidos de geração em geração por meio da oralidade. A ausência de registros escritos feitos da memória e da reprodução dos principais meios de preservação cultural. Nesse contexto, as habilidades de narrar e ouvir eram essenciais, e a linguagem tinha um caráter comunitário e sonoro, adaptando-se às necessidades do momento.
2. Civilização Escrita
Com o advento da escrita, a humanidade deu um passo significativo na preservação do conhecimento. A criação de símbolos e sistemas de escrita permitiu que informações registradas e consultadas posteriormente. Esse avanço possibilitou a disseminação do saber de forma mais precisa e rigorosa, além de ampliar o acesso às ideias além dos limites geográficos e temporais. A escrita transformou profundamente a organização social, permitindo o surgimento de instituições como escolas e bibliotecas.
3. Civilização Impressa
A invenção da imprensa de Gutenberg, no século XV, marcou o início da civilização impressa. A produção em massa de livros e outros materiais escritos democratizou o acesso ao conhecimento, reduzindo custos e tornando a leitura acessível a um público mais amplo. Essa etapa foi crucial para o desenvolvimento de movimentos culturais e científicos, como o Renascimento e a Revolução Científica, além de promover a alfabetização em larga escala.
4. Cultura de Massa
No século XX, com a ascensão de meios como a rádio, o cinema e a televisão, surgiu a cultura de massa. A comunicação passou a ser dominada por grandes veículos que divulgavam mensagens para audiências extensas e diversificadas. Essa etapa marcou a consolidação da indústria cultural e uma maior padronização de conteúdos, moldando comportamentos, opiniões e valores em escala global.
5. Cultura de Mídias
A cultura de mídias surgiu com a diversificação dos meios de comunicação e a interconexão entre eles. Jornais, revistas, rádio, televisão e publicidade coexistem, oferecendo múltiplas plataformas para a transmissão de informações. Nesse período, a comunicação tornou-se mais segmentada e voltada para públicos específicos, atendendo a diferentes interesses e demandas.
6. Cultura Digital (Cibercultura)
A cultura digital, ou cibercultura, caracteriza-se pela integração das tecnologias digitais na vida cotidiana. Com o advento da internet e das tecnologias móveis, a comunicação tornou-se instantânea, interativa e global. A cultura digital trouxe consigo novas formas de comunicação, como as redes sociais, os aplicativos de mensagens e os blogs. Essas ferramentas têm impactado a maneira como nos expressamos e nos relacionamos, criando novas possibilidades de interação e compartilhamento de ideias.
Os indivíduos assumiram um papel ativo como produtores de conteúdo, evoluindo conforme as dinâmicas tradicionais de comunicação. A cibercultura reflete um mundo hiperconectado, onde a informação circula em tempo real e as barreiras geográficas e temporais foram praticamente eliminadas.
Compreender essas etapas é essencial para analisar como a linguagem se transformou ao longo da história e como essas mudanças moldam as práticas comunicativas atuais. Cada etapa contribuiu para o avanço do humano e a criação de novas formas de interação, culminando na era digital, onde a linguagem e a tecnologia estão intrinsecamente ligadas.
Em resumo, as etapas da linguagem foram marcadas pela transição da comunicação oral para a escrita, da escrita para a imprensa, da imprensa para a cultura de massa e, finalmente, para a cultura digital. Cada uma dessas etapas trouxe transformações significativas na forma como nos comunicamos, moldando a sociedade e influenciando nossa cultura.
A Linguagem da Internet e os Desafios na Educação
Observando os textos produzidos por jovens internautas, é possível identificar um estilo de escrita bastante peculiar. Eles frequentemente utilizam abreviações, siglas, omissões, trocas de letras e interjeições, ou excessos de acentos, além de uma variedade de símbolos para se expressarem em redes sociais, plataformas de bate-papo online, sites de relacionamento e jogos eletrônicos, desenvolvem uma linguagem própria, que difere das formas de linguagem formal exigidas pela escola. e isso tem gerado desafios no contexto educacional. Esse fenômeno linguístico, conhecido como “netspeak” ou “internetês” no Brasil, tem como objetivo principal tornar a comunicação virtual mais ágil e semelhante a um diálogo em tempo real. Isso levanta questões sobre como os professores devem lidar com essa nova forma de comunicação e como equilibrar a necessidade de aprendizado da língua oficial com a aceitação da linguagem da internet.
Os textos eletrônicos, de qualquer tipo, não são a mesma coisa que as outras formas de texto. Eles demonstram fluidez, simultaneidade (ao estarem disponíveis em um número indefinido de máquinas) e não se degradam com cópias; transcendem as limitações tradicionais de disseminação do texto; e possuem fronteiras permeáveis . . . o netspeak é um autêntico “novo veículo” (CRYSTAL, 2005, p. 90)
O Internetês e suas Características
De acordo com Crystal (2005), o internetês é identificado como um dos elementos que compõem o aspecto denominado por ele de “revolução da linguagem”. Esse acontecimento está diretamente relacionado à crescente popularização dos computadores, que, com o passar do tempo, têm se tornado mais acessíveis a diferentes camadas sociais.
A linguagem utilizada na internet, conhecida como “netspeak” ou “internetês” no Brasil, é uma forma criativa de comunicação escrita, que surgiu junto às diversas facilidades fornecidas pela internet no novo milênio. Essa modalidade de expressão combina elementos de natureza alfabética, semiótica, morfológica, lexical, ortográfica e, especialmente, logográfica. Os internautas, em especial os mais jovens, desenvolveram um estilo caracterizado pela criação de neologismos, pela abolição de pontuação e acentuação tradicional e pela fusão e abreviação de palavras, desconsiderando as normas gramaticais convencionais. Essa influência reflete a busca por maior agilidade e dinamismo nas interações digitais.
O internetês é uma forma de linguagem que surge com o uso da internet e das redes sociais. Caracteriza-se pelo uso de abreviações, trocas de letras, símbolos e interjeições, visando economizar tempo e espaço na digitação. Algumas expressões comuns incluem “vc” (você), “tbm” (também), “lol” (rindo muito), entre outras. Essa linguagem informal e descontraída se tornou popular entre os usuários da internet, especialmente os mais jovens. No entanto, sua utilização indiscriminada pode impactar negativamente a escrita formal e dificultar a compreensão em contextos mais sérios, como no ambiente escolar.
Para Fruet et al. (2008): O princípio básico do internetês é extrair o essencial de cada palavra, descartar o supérfluo e, inevitavelmente, ceder à tentação dos apelos fonéticos. Isso se dá pela necessidade de tornar a comunicação mais ágil e veloz, tal como é na língua falada. Isso resulta em uma economia nas construções lingüísticas empregadas no meio virtual.(FRUET et al.. 2008, P. 103).
A linguagem utilizada na internet apresenta uma dualidade intrigante em sua acessibilidade e impacto. De um lado, exerce forte apelo sobre os jovens internautas, que se sentem atraídos pela facilidade de interação e pelo acesso rápido a uma imensidão de informações disponibilizadas de forma descentralizada e pouco sistematizada. Essa linguagem oferece uma alternativa ágil e dinâmica de comunicação, alinhada às demandas da era digital.
Por outro lado, o uso da “internetês” tem gerado debates intensos, especialmente em relação ao impacto no domínio da norma-padrão da língua ensinada nas escolas. Ao mesmo tempo que facilita a troca de mensagens rápidas, essa forma de expressão levanta preocupações sobre o enfraquecimento do uso formal da língua e sua importância no contexto educacional e profissional. Na própria esfera virtual, surgem críticas sobre a aparente ausência de limites linguísticos, com alguns usuários classificando a internet como uma “terra sem lei”. Essa percepção decorre da observação de textos que frequentemente ignoram as regras gramaticais e as transferências lexicais tradicionais, resultando em uma escrita que pode ser difícil de decifrar para aqueles que não estão familiarizados com esse “código”.
Além disso, a falta de preocupação com a clareza e a padronização do conteúdo pode dificultar a comunicação, excluindo leitores menos familiarizados com o internetês. Enquanto alguns defendem o uso livre e criativo dessa linguagem como uma forma legítima de expressão cultural, outros argumentam que ela pode limitar o desenvolvimento de competências linguísticas fundamentais, essenciais para o acesso a contextos formais de educação, trabalho e cidadania. Assim, a aparência da internet continua a ser um terreno fértil para reflexões sobre os desafios e as oportunidades que as novas formas de linguagem trazem à sociedade contemporânea.
Os Desafios para os Educadores e o Impacto no Domínio da Norma-Padrão da Língua
A chegada do internetês colocou os educadores diante de um desafio. Como lidar com uma linguagem tão presente no cotidiano dos estudantes, mas que não se encaixa nos padrões da comunicação formal? É importante que os professores estejam preparados para orientar os alunos, ensinando-os a utilizar a linguagem adequada em diferentes situações.
O uso da “internetês” traz desafios significativos para os educadores e tem impacto direto no domínio da norma-padrão da língua ensinada nas escolas. Essa forma de linguagem, caracterizada pela abreviação de palavras, uso de símbolos, omissão de pontuação e criação de neologismos, pode dificultar a consolidação das habilidades linguísticas permitidas para o uso formal da língua.
Desafios para os Educadores
- Conciliação entre linguagem informal e norma-padrão
Os educadores enfrentaram o desafio de equilibrar a valorização da expressão criativa dos alunos, próprios do internetês, com a necessidade de ensinar as regras da norma-padrão, indispensáveis para a comunicação em contextos formais. Esse equilíbrio exige estratégias pedagógicas que reconheçam a importância da linguagem digital sem desvalorizar a gramática normativa. - Adequação ao contexto digital
Muitos professores precisam se atualizar constantemente sobre as mudanças nas práticas linguísticas dos jovens, incluindo as formas de escrita utilizadas na internet. Isso implica não apenas o aprendizado dessas novas formas, mas também a criação de abordagens didáticas que conectam as práticas digitais ao currículo escolar. - Fortalecimento da compreensão textual
Com o uso predominante da internet, muitos alunos podem apresentar dificuldades na interpretação de textos mais complexos ou formais, que bloqueiam domínios de vocabulário ricos e estruturas gramaticais variadas. Assim, os professores precisam trabalhar para desenvolver as habilidades de leitura e escrita em contextos diversificados.
Impactos no Domínio da Norma-Padrão
- Enfraquecimento da escrita formal
A popularização da internet pode levar os alunos a internalizar práticas de escrita inconvenientes em situações que exigem formalidade, como redações escolares, avaliações e correspondências profissionais. A exposição constante dessas formas de linguagem pode criar dificuldades em distinguir contextos de uso seguros para cada registro linguístico. - Dificuldades na ortografia e gramática
O uso frequente de abreviações e ausência de acentuação no internetês pode contribuir para erros ortográficos e gramaticais, prejudicando a escrita convencional. Isso é particularmente preocupante em momentos avaliativos que excluem exclusão linguística. - Rejeição da norma-padrão
Alguns alunos podem desenvolver uma resistência ao aprendizado da norma-padrão, considerando-a supérflua ou antiquada, especialmente se não perceberem sua relevância no dia a dia. Essa visão pode dificultar o engajamento com os conteúdos curriculares voltados à gramática e à redação formal.
Estratégias para Mitigação
Para lidar com esses desafios, é essencial que os educadores:
- Promovam debates reflexivos sobre a função e a importância da norma-padrão, destacando a sua aplicabilidade em contextos formais.
- Crie atividades que integrem a internet como ponto de partida para discussão sobre variações linguísticas e adequação de linguagem em diferentes contextos.
- Enfatizem a necessidade de domínio da norma-padrão como uma competência necessária para o acesso a oportunidades acadêmicas e profissionais, sem desvalorizar a criatividade linguística fornecida pelas práticas digitais.
- Integrar a linguagem da internet no processo de aprendizagem, por exemplo, através da produção de textos que explorem as características dessa forma de comunicação.
- Promover a reflexão sobre as diferenças entre a linguagem formal e a linguagem da internet, discutindo as situações em que cada uma é mais adequada.
- Estimular a prática da escrita formal, proporcionando oportunidades para os estudantes exercitarem a produção de textos de diferentes gêneros, respeitando as normas gramaticais.
- Utilizar recursos tecnológicos que permitam a interação e participação ativa dos estudantes, promovendo o aprendizado colaborativo.
Dessa forma, a educação pode contribuir para formar cidadãos que compreendam e utilizem uma língua de maneira flexível, consciente e eficaz, tanto no universo digital quanto nos ambientes formais da sociedade. Além disso, é fundamental encontrar um equilíbrio entre o respeito e a valorização da linguagem da internet e a necessidade de desenvolver habilidades de escrita e comunicação formal. Os estudantes precisam compreender que a linguagem da internet possui suas peculiaridades, mas que ela não substitui a linguagem formal necessária em muitos contextos, como na elaboração de trabalhos acadêmicos.
A Linguagem Multimodal e a Terceira Forma de Comunicação
Com o avanço tecnológico, surge a possibilidade de uma terceira forma de comunicação, a linguagem multimodal. Essa forma de comunicação integra som, imagem, texto e animação, permitindo uma expressão mais rica e diversificada.
Segundo Dionísio (2007) define o texto multimodal como um processo de construção textual ancorado na mobilização de distintos modos de representação. Isso remete não apenas aos textos escritos, mas também aos orais. Diante dessa acepção, a multimodalidade discursiva abarca não só a linguagem verbal escrita, como também outros registros, tais como: a linguagem oral e gestual. Na fala da referida autora, “palavras e gestos, palavras e entonações, palavras e imagens, palavras e tipografia, palavras e sorrisos, palavras e animações etc.” (p. 178).
A linguagem multimodal representa uma evolução em relação à comunicação unimodal, que utiliza apenas um modo de expressão, como a linguagem verbal ou a escrita. Ao incorporar diferentes elementos sensoriais e mídias, a linguagem multimodal permite transmitir mensagens de maneira mais eficiente e cativante. Essa forma de comunicação tem se tornado cada vez mais presente no nosso cotidiano, especialmente com o avanço das tecnologias digitais. Desde a publicidade até as redes sociais, a linguagem multimodal é utilizada para transmitir informações e despertar emoções de forma mais impactante.

Na contemporaneidade, o conceito de texto multimodal ganha ainda mais relevância devido ao avanço das tecnologias digitais e à crescente interação entre diferentes formas de linguagem. Um texto multimodal é caracterizado pela combinação de elementos de diferentes sistemas semióticos, como a linguagem verbal (escrita ou oral), visual (imagens, núcleos, formas), sonora (música, efeitos sonoros) e gestual (movimentos e expressões). Essa integração possibilita a criação de mensagens mais dinâmicas e eficazes, atendendo às demandas comunicativas de uma sociedade cada vez mais visual e interativa.
Os textos multimodais mais amplamente conhecidos e utilizados incluem:
- Anúncios Publicitários
Combinam imagens, slogans, cores e, muitas vezes, sons em versões digitais. Por exemplo, propagandas televisivas ou online utilizam efeitos visuais e trilhas sonoras para criar impacto emocional e atrair a atenção do público. - Charges e Cartuns
Esses gêneros integram elementos visuais e textuais para criticar ou satirizar acontecimentos políticos, sociais ou culturais. Por exemplo, uma carga sobre mudanças climáticas pode usar caricaturas e legendas para transmitir uma mensagem complexa de maneira acessível. - Histórias em Quadrinhos (HQs)
Unem desenhos sequenciais e balões de diálogo, criando narrativas cativantes. Nos últimos anos, com o advento das histórias em quadrinhos, as HQs têm temas explorados mais profundos e específicos, ampliando seu alcance para públicos variados. - Tirinhas
São versões mais curtas das histórias em quadrinhos, frequentemente publicadas em jornais ou nas redes sociais. Usa-se humor e ironia para tratar de questões cotidianas ou sociais. - Infográficos
muito usados em reportagens e conteúdos educacionais, combinam textos curtos, dados visuais e elementos gráficos para explicar informações complexas de forma clara e visualmente atrativa. - Vídeos e Memes
No universo digital, vídeos curtos (como os do TikTok e Reels) e memes são formas multimodais extremamente populares. Misture textos, imagens, sons e, muitas vezes, elementos de interatividade para engajar o público. - Jogos Digitais
Embora muitas vezes ignorados na análise de textos multimodais, os jogos eletrônicos são um exemplo riquíssimo, pois integram narrativa, imagens em movimento e, frequentemente, interação do usuário, criando uma experiência completa.
A Materialização dos Gêneros Multimodais
Esses gêneros se estruturam na combinação de signos alfabéticos (como letras e palavras) e signos semióticos (como imagens, núcleos e signos alfabéticos (letras, palavras e frases), que trabalham juntos para construir significados de maneira complementar. Por exemplo, um infográfico sobre mudanças climáticas pode usar gráficos coloridos para representar dados sobre emissões de carbono, ao mesmo tempo que inclui textos explicativos para detalhar os números apresentados.
Relevância Educacional
A multimodalidade é essencial na educação contemporânea, pois prepara os alunos para interpretar, criar e interagir com diferentes formatos de textos. O uso de materiais multimodais em sala de aula, como vídeos, podcasts e infográficos, contribui para o desenvolvimento do letramento visual e crítico, competências indispensáveis na era digital. Além disso, os educadores podem promover a produção de textos multimodais, promovendo a criatividade e a integração de diversas formas de linguagem.
Um exemplo comum de linguagem multimodal é o vídeo na internet, que combina elementos visuais, sonoros e textuais para transmitir uma mensagem completa. Além disso, a linguagem multimodal também está presente em apresentações audiovisuais, infográficos interativos e até mesmo nas interfaces dos aplicativos e dispositivos que utilizamos diariamente.
A influência da linguagem multimodal na sociedade
A linguagem multimodal tem sido uma ferramenta essencial na era digital, especialmente no contexto da comunicação online, onde a atenção do público é disputada por diversas mídias e estímulos. A capacidade de transmitir informações de maneira eficaz e envolvente por meio da linguagem multimodal ajuda a cativar e engajar o público, seja para fins informativos, persuasivos ou de entretenimento.
A linguagem multimodal tem se mostrado uma poderosa forma de comunicação, capaz de transmitir mensagens de maneira envolvente e impactante.
Além disso, a linguagem multimodal também tem o potencial de quebrar barreiras de comunicação, permitindo a interação entre pessoas com diferentes línguas maternas ou habilidades linguísticas. Por meio de elementos visuais e contextuais, a linguagem multimodal pode facilitar a compreensão mútua e promover a inclusão.
Portanto, é fundamental compreender e explorar as características da linguagem multimodal, tanto em termos de criação quanto de recepção. Ao dominar essa forma de comunicação, podemos aproveitar ao máximo os recursos e possibilidades oferecidos pela era tecnológica, contribuindo para uma comunicação mais eficiente, impactante e inclusiva.
A Multimodalidade Textual: Recursos Visuais e Semióticos na Construção de Significados
A multimodalidade textual, conforme discutido por Dionísio (2007) e Silva (2013), refere-se ao uso integrado de diferentes recursos semióticos para construir significados e orientar a interpretação do leitor. Um exemplo claro dessa prática ocorre quando um autor deseja dar destaque a uma ideia central em um texto. Para chamar a atenção do leitor, o autor pode utilizar estratégias visuais como:
- Alterar a cor do texto (por exemplo, use vermelho para um alerta ou azul para um dado relevante);
- Modifica o tamanho da fonte para destacar um título ou subtítulo importante;
- Aplica formatos gráficos como negrito , itálico ou sublinhado para enfatizar palavras ou frases específicas.
Esses recursos não apenas reservados para a organização visual do texto, mas também criam efeitos de sentido que ajudam o leitor a compreender a estrutura de informações e a intenção do autor.
Veja um vídeo do canal Conhecimento em um click do UNIVESP, sobre texto multimodal https://www.youtube.com/watch?v=DvDAHZ0dFUk
Exemplificando a Multimodalidade
Imagine um infográfico sobre sustentabilidade. No topo, há um título em letras grandes e verdes, simbolizando conexão com a natureza. Dados importantes, como “70% da água potável é usada na agricultura”, podem ser destacados em negrito , enquanto explicações aparecem em fontes menores para complementar a informação principal. Além disso, gráficos de barras coloridas e ícones visuais (como gotas de água ou folhas) são incorporados para fortalecer o conteúdo textual, utilizando a imagem para ampliar a compreensão do leitor.
Esse exemplo demonstra como diferentes modos — texto, cor, formato, imagens e organização visual — interagem para criar um texto multimodal que é mais eficaz e acessível do que um texto composto apenas por palavras. A multimodalidade, portanto, é uma estratégia poderosa para potencializar o significado e a comunicação, especialmente em um mundo onde os leitores estão cada vez mais expostos a informações visuais e interativas.
Conclusão
A tecnologia tem desempenhado um papel significativo na forma como nos comunicamos oralmente. Os avanços tecnológicos têm impactado a linguagem oral, moldando a comunicação do futuro. Ao longo deste artigo, exploramos os efeitos da tecnologia na linguagem oral e discutimos as tendências atuais nesse campo.
As mudanças na linguagem oral são inevitáveis à medida que a tecnologia continua a avançar. A evolução da comunicação digital e a interação virtual estão moldando a maneira como nos expressamos e nos relacionamos. Essas mudanças trazem desafios, mas também oportunidades para explorarmos novas formas de se comunicar.
É essencial estarmos atentos às mudanças na linguagem e na forma como nos comunicamos. Acompanhar as tendências em tecnologia e linguagem oral nos permite adaptar-nos e aproveitar ao máximo as possibilidades oferecidas pela tecnologia. À medida que o mundo continua a avançar tecnologicamente, é importante estarmos preparados para as transformações que ocorrem na linguagem oral e usar essas mudanças a nosso favor.
FAQ
Como a tecnologia tem impactado a linguagem oral?
Qual é a relação entre a evolução da linguagem humana e a comunicação verbal?
Como as etapas da linguagem impactaram a comunicação?
Quais são os desafios da linguagem da internet na educação?
O que é a linguagem multimodal e como está moldando a forma como nos comunicamos?
Quais são os desafios e oportunidades do uso da tecnologia na educação?
Links de Fontes
- https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/19932
- https://www.nauddes.com.br/geral/linguagem-humana-primeira-tecnologia/
- https://www.efdeportes.com/efd145/novas-tecnologias-da-escrita-pela-internet.htm
- CRYSTAL, David. Trad. Quintana, Ricardo. A revolução da Linguagem. Jorge Zahar, Rio de Janeiro. 2005.
- DIONISIO, A. P. “Multimodalidade discursiva na atividade oral e escrita (atividades)”. In: MARCUSCHI, L. A.; DIONISIO, A. P. (orgs.). Fala e Escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
- FRUET, et. Al. Internetês: ameaça ou evolução na língua portuguesa? In: Revista da ANPOLL. n 1 São Paulo, Anpoll26, p. 1-286, 1995.