A psicomotricidade infantil estuda o corpo em movimento e sua ligação com emoções, pensamentos e ambiente. A Associação Brasileira de Psicomotricidade diz que essa área une corpo, mente e sentimentos. Isso é crucial para o crescimento saudável das crianças.
A Psicomotricidade está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.
Saber o que é psicomotricidade ajuda pais e educadores a promover o desenvolvimento integral das crianças. A Psicomotricidade está ligada ao ambiente escolar, principalmente na Educação Infantil onde acontecem estímulos para o desenvolvimento cognitivo da criança, que contribui no seu processo de aprendizagem.
Psicomotricidade Infantil: Conceitos Fundamentais
A psicomotricidade une movimento, pensamento e emoção. É crucial para o desenvolvimento das crianças. Ela não só ajuda no controle motor, mas também nas habilidades cognitivas e sociais. Entender seus princípios é o primeiro passo para usar práticas eficazes.
A psicomotricidade é a educação do movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurológicas e psíquicas. Além disso, possui uma dupla finalidade: assegura o desenvolvimento funcional, tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir e equilibrar-se, através do intercambio com o ambiente humano (SILVA, 2010).

De acordo com Kyrillos e Sanches (2004, p.154), na Educação Infantil começamos a exploração intensa do mundo, das sensações, das emoções, ampliando estas vivências como movimentos mais elaborados. A linguagem corporal começa então, a ser substituída pela fala e pelo desenho, no entanto, é essencial que continue sendo explorada. O trabalho com movimentos e ritmos, de grande relevância para a organização das descobertas feitas, torna-se mais sofisticado. Nesta etapa, a atenção é voltada para o desenvolvimento do equilíbrio e de uma harmonia nos movimentos.
Portanto, segundo Kyrillos e Sanches (2004), é na fase da Educação Infantil, que a criança começa a explorar o mundo de forma mais intensa por meio dos sentidos, das emoções e do movimento. É nesse período que ela vive experiências fundamentais para o seu desenvolvimento global. Aos poucos, a criança passa a expressar-se não apenas pelo corpo, mas também por meio da fala e do desenho. No entanto, os autores destacam que a linguagem corporal ainda deve ser valorizada e estimulada. As atividades com movimentos e ritmos ganham importância, pois ajudam a criança a organizar as descobertas que faz diariamente. Nesse estágio, o foco do desenvolvimento está no aperfeiçoamento do equilíbrio e na conquista de uma harmonia nos movimentos corporais, elementos essenciais para o progresso motor e cognitivo.
Origem e Definição da Psicomotricidade
O termo “Psicomotricidade” apareceu pela primeira vez no discurso médico, no campo da neurologia, tendo como pioneiro o neurologista francês Ernest Dupré (1862 – 1921), que no final do século XIX, ele estudava distúrbios motores com causas neurológicas. Dupré, foi um dos autores que influenciaram fortemente a Psicomotricidade, assim como Wallon, Piaget, Guilmain, Ajuriaguerra entre outros, que
estudaram e comprovaram a relação entre o movimento e a aprendizagem. Essa área, une movimento, cognição e emoção, buscando um equilíbrio biopsicossocial.
Fonseca (1988) informa que etimologicamente podemos definir o termo psicomotricidade como oriundo do grego psyqué = alma/mente e do verbo latino moto = mover frequentemente, agitar fortemente. A terminologia está ligada ao movimento corporal e sua intencionalidade.
“O termo psicomotricidade se divide em duas partes: a motriz e o psiquismo, que constituem o processo de desenvolvimento integral da pessoa”. (Fonseca, 2004, p.16). A palavra motriz se refere ao movimento, já pisco determina a atividade psíquica em duas fases: sócio – afetiva e a fase cognitiva. Em outras palavras, o que se quer dizer é que na ação da criança se articula toda sua afetividade, todos seus desejos, mas também todas suas possibilidades de comunicação e articulação de conceitos.
Segundo a Associação Brasileira de Psicomotricidade, a mesma pode ser definida como: … a ciência que tem como objetivo de estudo o homem por meio do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os
objetos, e consigo mesmo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas, e orgânicas.
De acordo com Fonseca (2008), a psicomotricidade pode ser definida como o campo transdisciplinar que estuda e investiga as relações e as influências recíprocas e sistêmicas entre o psiquismo e a motricidade. A citação de Fonseca (2008) destaca a essência integradora da psicomotricidade, definindo-a como um campo transdisciplinar, ou seja, que atravessa e conecta diversas áreas do conhecimento — como a psicologia, a neurologia, a educação e a fisioterapia. Ao dizer que a psicomotricidade investiga as relações e influências recíprocas entre o psiquismo e a motricidade, o autor aponta que corpo e mente não funcionam de forma separada. Pelo contrário, estão interligados de maneira dinâmica e contínua.
Isso significa que as emoções, pensamentos e experiências psíquicas influenciam diretamente a forma como o corpo se movimenta e se organiza, e vice-versa. Por exemplo, uma criança que enfrenta dificuldades emocionais pode apresentar atraso motor ou desorganização nos movimentos. Da mesma forma, um bom desenvolvimento motor pode favorecer a autoestima, a atenção e a socialização.
Portanto, entender a psicomotricidade como uma área que estuda essa interação corpo-mente amplia a forma como percebemos o desenvolvimento infantil, a aprendizagem e até os processos terapêuticos, especialmente no contexto psicopedagógico e clínico. Essa visão contribui para intervenções mais completas e eficazes, considerando o ser humano em sua totalidade.
Veja o vídeo da NeuroSaber explicando o conceito do que é a psicomotricidade: https://www.youtube.com/watch?v=wIHiCBVesX8
Objeto de Estudo da Psicomotricidade
A Psicomotricidade, como toda ciência, tem um objeto de estudo específico que define sua identidade e finalidade. Segundo Kyrillos e Sanches (2004, p.167), seu foco está no corpo e em sua expressão dinâmica, sendo essa fundamentada em três áreas principais do conhecimento. A primeira é o movimento, que vai além de uma simples ação mecânica: ele reflete nossas atitudes e formas de nos posicionar diante da vida. A segunda é o intelecto, que compreende a origem e as qualidades do pensamento humano. O desenvolvimento do pensamento depende diretamente do movimento para se formar e funcionar plenamente. Por fim, temos o afeto, que representa a energia interna que motiva o indivíduo. O afeto influencia todas as relações interpessoais e também a forma como a pessoa se relaciona com o ambiente e consigo mesma. Esses três elementos — movimento, intelecto e afeto — estão integrados e são essenciais para a compreensão da psicomotricidade.
Psicomotricidade: A Integração Entre Corpo, Espaço e Tempo no Desenvolvimento Humano

A psicomotricidade é sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Sendo estruturada por três pilares: o querer fazer (emocional) – sistema límbico, o poder fazer (motor) – sistema reticular e o saber fazer (cognitivo) – córtex cerebral.
De Fontaine (Apud OLIVEIRA, 2000, p.35) declara que só poderemos entender a Psicomotricidade através de uma triangulação corpo, espaço e tempo. A Psicomotricidade é um caminho, é o desejo de fazer, de querer fazer e de poder fazer, e que o homem não é exclusivamente um ser motor ou vir a ser, o homem não é exclusivamente um ser psíquico ou um querer fazer. O homem é psicomotor, é a articulação do ter, do ser, do querer, do poder ser e fazer.
Consequentemente, a psicomotricidade é uma ciência que integra três conhecimentos fundamentais: o movimento, o intelecto e o afeto, que juntos contribuem para o desenvolvimento global do indivíduo. Ela se estrutura sobre três pilares essenciais que se inter-relacionam constantemente. O querer fazer, relacionado ao aspecto emocional, está vinculado ao sistema límbico, responsável pelas emoções e pela motivação. O poder fazer corresponde às condições motoras e fisiológicas, associado ao sistema reticular, que regula a atenção, o estado de alerta e a disposição para a ação. Já o saber fazer se refere aos processos cognitivos, como planejamento, organização e tomada de decisão, coordenados pelo córtex cerebral. Esses três pilares são fundamentais para que o indivíduo possa se expressar, interagir e se desenvolver de forma harmônica, integrando corpo, mente e emoção em todas as suas vivências e aprendizagens.
Ademais, a psicomotricidade vai muito além de exercícios motores. Ela representa a integração do “ser, ter, querer, poder ser e fazer”, como destaca De Fontaine. Esse conceito nos leva a compreender que qualquer intervenção, seja na educação ou na clínica, deve considerar o ser humano de forma global, atuando nas dimensões corporais, emocionais, cognitivas e sociais. Fortalecer essa articulação entre corpo, espaço e tempo não apenas contribui para o desenvolvimento motor, mas também promove avanços na autonomia, na autoestima e nas relações interpessoais. Assim, investir em práticas psicomotoras é essencial para apoiar uma infância saudável, favorecendo a aprendizagem, a expressão e o desenvolvimento integral.
Esses três elementos — corpo, espaço e tempo — não atuam isoladamente, mas de forma integrada, possibilitando o desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas, emocionais e sociais da criança, impactando diretamente seu processo de aprendizagem e sua relação com o mundo.
Elementos da Psicomotricidade: Corpo, Espaço e Tempo
Quando falamos sobre desenvolvimento humano, é impossível dissociar os aspectos motores, cognitivos e emocionais. A psicomotricidade surge exatamente como essa ponte entre corpo, mente e emoções, sendo essencial para o processo de aprendizagem e de construção da identidade. De acordo com De Fontaine (apud Oliveira, 2000), compreender a psicomotricidade exige uma visão integrada baseada na interação entre corpo, espaço e tempo. Essa tríade é o alicerce que sustenta a forma como percebemos o mundo, nos movimentamos nele e interagimos com os outros. Ao entender que somos seres psicomotores — e não apenas motores ou psíquicos — abrimos espaço para práticas educativas, terapêuticas e psicopedagógicas mais eficientes e alinhadas ao desenvolvimento integral da criança.
De Fontaine (apud Oliveira, 2000, p. 35) traz um conceito central para a compreensão da psicomotricidade, destacando que ela só pode ser entendida por meio da interação entre três elementos fundamentais: corpo, espaço e tempo. Essa concepção não se limita à visão do corpo apenas como instrumento de movimento, mas sim como parte integrante de um sistema complexo que articula o físico, o psíquico e o emocional. Na psicomotricidade, os três elementos fundamentais — corpo, espaço e tempo — são essenciais para a organização das experiências e do desenvolvimento integral do indivíduo.
Corpo: É o ponto de partida da psicomotricidade. Através do corpo, a criança experimenta, sente, se expressa e interage com o mundo. O corpo não é visto apenas como estrutura física, mas como um veículo de expressão, comunicação e construção da própria identidade. É no corpo que se manifestam tanto os aspectos motores quanto os emocionais e cognitivos, tornando-se central para o desenvolvimento psicomotor.
Espaço: O espaço representa o ambiente físico e simbólico no qual o corpo se move, interage e se localiza. A exploração do espaço é fundamental para que a criança desenvolva noções de orientação espacial (direita, esquerda, frente, atrás, dentro, fora), além de promover autonomia, segurança e a construção da percepção do mundo ao redor. É por meio da relação com o espaço que se estruturam movimentos como correr, saltar, equilibrar-se e se deslocar de forma organizada.
Tempo: O tempo na psicomotricidade está ligado ao ritmo, à sequência e à organização dos movimentos. Desenvolver a percepção temporal significa compreender sucessões, durações, velocidade e cadência, aspectos fundamentais para a realização de atividades motoras e cognitivas. A noção de tempo permite à criança organizar suas ações, respeitar ordens, antecipar movimentos e sincronizar-se com o ambiente e com os outros.
- Corpo: Desenvolvimento do esquema corporal e lateralidade, como dominância manual.
- Espaço: Compreensão de direções (cima/baixo) e posicionamento no ambiente.
- Tempo: Percepção de ritmos e sequências, crucial para a organização mental.
Do ponto de vista teórico, autores como Fonseca (2008) e Le Boulch (1992) corroboram essa ideia ao definir a psicomotricidade como uma ciência transdisciplinar que estuda as interações entre movimento, cognição e afetividade. Isso significa que o desenvolvimento motor não é um processo isolado, mas sim uma construção que depende da forma como o indivíduo percebe seu próprio corpo (esquema corporal), se orienta no espaço (orientação espacial) e organiza suas ações no tempo (estruturação temporal e rítmica).
Quando De Fontaine afirma que “o homem não é exclusivamente um ser motor ou psíquico”, ele enfatiza que somos seres psicomotores, ou seja, que aprendemos, nos expressamos e interagimos com o mundo por meio da integração entre nossas capacidades motoras, cognitivas e emocionais. O desejo de fazer (motivação), o poder fazer (capacidade funcional) e o querer fazer (intencionalidade) são elementos fundamentais nesse processo.
Na prática psicopedagógica, compreender essa triangulação permite que os profissionais desenvolvam intervenções mais eficazes, levando em conta não apenas dificuldades de movimento, mas também questões emocionais e cognitivas que impactam diretamente o desenvolvimento infantil. Por exemplo, uma criança que não desenvolve bem sua noção espacial pode apresentar dificuldades de orientação na escrita, enquanto uma má estruturação temporal pode prejudicar sua capacidade de seguir ritmos ou sequências, afetando diretamente a aprendizagem.
O Papel da Psicomotricidade no Desenvolvimento Neurológico da Criança

O ser humano passa em seu desenvolvimento por mudanças significativas nos aspectos biológico e social, sendo que esses aspectos têm influências na organização neurológica do indivíduo e no processo de estruturação psicomotora (LURIA, 1990).
A psicomotricidade investigaa relação entre processos psíquicos e movimento corporal. Esta disciplina, que surgiu na intersecção entre psicologia, educação física e neurologia, abrange práticas e teorias que exploram como habilidades motoras, cognição e emoções estão interligadas e influenciam o desenvolvimento humano (LE BOULCH, 1982; FONSECA, 1998).
Para Goretti (2009) a psicomotricidade é uma ciência que está tendo cada vez mais importância
no desenvolvimento do indivíduo como um todo.
Fonseca (2010) salienta o mesmo que Goretti (2009), uma vez que a psicomotricidade pode ser entendida como um funcionamento mental total, exatamente por trabalhar o psiquismo de forma corporalizada. E a importância dada a psicomotricidade se desenvolve exatamente porque a neurologia, psicologia, psicanálise e pedagogia precisam da psicomotricidade, logo, ela está articulada com ambas as áreas.
A citação de Goretti (2009) e Fonseca (2010) reforça a compreensão de que a psicomotricidade é uma ciência interdisciplinar e integrativa, que vem ganhando cada vez mais espaço e reconhecimento na promoção do desenvolvimento global do indivíduo. Isso significa que ela não se limita a trabalhar apenas o corpo ou apenas a mente, mas sim a interação dinâmica entre eles. Quando Fonseca menciona que a psicomotricidade é um “funcionamento mental total“, ele ressalta que todos os processos cognitivos, emocionais e comportamentais estão diretamente conectados às expressões corporais.
Ou seja, nossa forma de pensar, sentir e aprender não está dissociada do corpo — ela se manifesta por meio dele. Por isso, a psicomotricidade se torna essencial para áreas como a neurologia, que estuda o funcionamento do cérebro; a psicologia e a psicanálise, que se debruçam sobre os aspectos emocionais e psíquicos; e a pedagogia, que busca estratégias para potencializar o processo de ensino-aprendizagem.
Dessa forma, a psicomotricidade não é uma prática isolada, mas um elo que conecta essas áreas, oferecendo uma abordagem que considera o ser humano em sua totalidade — corpo, mente, emoções e relações. Essa integração permite compreender e intervir de forma mais efetiva no desenvolvimento infantil, nas dificuldades de aprendizagem, nos transtornos do neurodesenvolvimento e até na promoção da saúde emocional e física.
De acordo com (SOUZA, 1970), podemos conceituar a psicomotricidade como a integração entre o pensamento e a ação, sendo apontada pelas funções neurofisiológicas e psíquicas. Seu desenvolvimento ocorre através da evolução do individuo, na sua relação com o meio.
Por conseguinte, para Souza (1970), a psicomotricidade pode ser compreendida como a integração entre o pensamento (cognição) e a ação (movimento). Ou seja, ela representa a forma como a mente e o corpo trabalham juntos de forma harmoniosa para que possamos agir no mundo. Esse conceito destaca que nenhum movimento é puramente físico — todo gesto, postura ou deslocamento carrega, também, uma carga cognitiva e emocional.
A psicomotricidade, portanto, é sustentada tanto pelas funções neurofisiológicas — que dizem respeito ao funcionamento do cérebro, do sistema nervoso e do corpo — quanto pelas funções psíquicas, que envolvem os aspectos emocionais, afetivos, comportamentais e sociais.
O desenvolvimento psicomotor, segundo Souza, não ocorre isoladamente dentro do indivíduo, mas sim, é construído a partir da interação constante com o meio. Isso significa que, quanto mais rica, estimulante e segura for essa relação com o ambiente — seja na escola, na família ou em situações de lazer — maiores serão as possibilidades de desenvolvimento das habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais.
Estudos realizados por Dupré (1909), destaca a independência da debilidade motora de um possível correlato neurológico. Sendo assim, complementa (PINTO, 2010) quando diz que: são conhecidas como as vias de acesso do conceito de psicomotricidade a patologia cortical, a neurofisiologia e a neuropsiquiatria.
Vamos explicar essa citação: Dupré (1909) foi um dos primeiros estudiosos a observar que a debilidade motora nem sempre está diretamente ligada a uma lesão neurológica evidente. Isso quer dizer que uma criança ou indivíduo pode apresentar dificuldades motoras sem necessariamente ter um dano físico ou estrutural no cérebro. Ou seja, há quadros motores que não são explicados apenas pela neurologia clássica.
Quando Pinto (2010) complementa essa ideia, ele aponta que o entendimento da psicomotricidade também vem sendo construído a partir de três grandes áreas da saúde e da ciência:
Neuropsiquiatria – aborda como os fatores emocionais e comportamentais se associam às funções neurológicas, entendendo que alterações no desenvolvimento motor podem também ter relação com aspectos emocionais, afetivos e psicológicos.
Patologia Cortical – estuda as alterações no córtex cerebral que podem impactar funções motoras e cognitivas, como dificuldades na organização espacial, equilíbrio e controle de movimentos.
Neurofisiologia – investiga como o sistema nervoso funciona em termos de transmissão de impulsos elétricos e funcionamento dos circuitos neurais que estão diretamente relacionados ao controle motor, coordenação, equilíbrio e aprendizagem.
Sintetizando a ideia dos autores, a citação reforça que o campo da psicomotricidade não se limita apenas à neurologia ou à análise puramente motora, mas sim, é uma área que integra conhecimentos do funcionamento cerebral (neurofisiologia), das alterações patológicas (como lesões ou disfunções do córtex) e dos aspectos emocionais e comportamentais (neuropsiquiatria). Isso confirma que as dificuldades motoras podem ter origens multifatoriais — não sendo apenas físicas, mas também cognitivas e emocionais.
Atividades Práticas para Estimular a Psicomotricidade em Diferentes Idades

A psicomotricidade infantil se torna real em brincadeiras. Descubra atividades para cada idade. Elas ajudam as crianças a explorar movimentos que melhoram seus benefícios da psicomotricidade para crianças.
Exercícios para bebês (0-2 anos)
- Caixa das sensações: Ofereça objetos de texturas variadas para explorar.
- Engatinhar em trilhas: Use almofadas ou tapetes coloridos para estimular movimentos.
- Jogos de imitação: Toques suaves no rosto ou braços para reforçar a percepção corporal.
Para pré-escolares (3-5 anos)
Atividades como:
- Passar uma bola entre as pernas enquanto anda, melhorando a coordenação.
- Desenhos em folhas grandes, trabalhando a coordenação motora fina.
- Caminhar em linha reta imitando animais, como tartarugas ou dinossauros.
Idade escolar (6+ anos)
Incorpore:
- Pular corda alternando saltos simples e duplos.
- Brincadeira “Freeze” (parar imediatamente ao som de uma buzina, treinando reações.
- Circuitos com cones para correr, saltar e driblar obstáculos.
Incorporando na rotina diária
Transforme momentos cotidianos em oportunidades:
- Enquanto espera o banho esquentar, peça que a criança siga comandos como “pular 3 vezes” ou “tocar nariz com o cotovelo”.
- Na hora do lanche, use garfos de plástico para treinar pinça digital.
- Viagens curtas: brincadeiras de adivinhar formas com os dedos no vidro do carro.
“O brincar é uma ação livre da criança, pode acontecer a qualquer hora e em qualquer lugar, é a forma como ela se expressa e organiza seu mundo.” (KISHIMOTO, 2010)
Essas atividades não só divertem, mas também ajudam na aprendizagem. A chave é adaptar os jogos às etapas de desenvolvimento. Assim, a psicomotricidade infantil fica sempre ligada ao dia a dia.
Conclusão:
A psicomotricidade é crucial para o crescimento das crianças. Ela une movimento, percepção e aprendizado. Atividades físicas e brincadeiras ajudam na coordenação e no equilíbrio. Essas atividades são essenciais para o desenvolvimento neurológico. Pesquisas mostram que elas ajudam na aprendizagem escolar. Além disso, fortalecem a socialização.
A importância da psicomotricidade na infância vai além do físico. Ela ajuda a conectar emoções e pensamentos. Isso forma a base para a autonomia. Brincadeiras simples, como pular corda, promovem a conexão neuronal. Isso facilita a resolução de problemas e o relacionamento em grupo. Como diz Wallon, isso ajuda a criança a entender seu corpo e o mundo.
Famílias e escolas devem valorizar atividades práticas e lúdicas. Movimentos diários, como pegar objetos, fortalecem habilidades motoras e cognitivas. A psicomotricidade prepara a criança para desafios sociais e acadêmicos. Investir em práticas psicomotoras desde cedo traz benefícios duradouros. Brincadeiras, esportes e brinquedos sensoriais transformam o dia a dia em oportunidades de aprendizado. Assim, a psicomotricidade é essencial para formar crianças preparadas para o futuro.
FAQ
O que é psicomotricidade?
Qual a importância da psicomotricidade na infância?
Quais os benefícios da psicomotricidade para crianças?
Quais são os elementos essenciais da psicomotricidade?
Como a psicomotricidade influencia o amadurecimento cerebral?
Que atividades psicomotoras são adequadas para diferentes faixas etárias?
Como incorporar a psicomotricidade na rotina diária das crianças?
Quais as fases do desenvolvimento psicomotor infantil?
Como a psicomotricidade e o desenvolvimento infantil estão relacionados?
Links de Fontes
- https://laboro.edu.br/blog/a-importancia-da-psicomotricidade-no-desenvolvimento-da-crianca/ – A importância da Psicomotricidade no Desenvolvimento da Criança
- https://www.historiaeparcerias2019.rj.anpuh.org/resources/anais/11/hep2019/1569516955_ARQUIVO_84ce39886d1b511e9c1ba9efecb6d6c5.pdf – PDF
- https://www.bage.ideau.com.br/wp-content/files_mf/bc1ea1fe155bbf48b5733722711b278b278_1.pdf – PDF
- https://monografias.brasilescola.uol.com.br/educacao/a-importancia-da-psicomotricidade-na-educacao-infantil.htm – A IMPORTÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL – Brasil Escola
- https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/psicomotricidade-na-educacao-infantil.htm – Psicomotricidade na Educação Infantil – Brasil Escola
- https://institutoneurosaber.com.br/artigos/a-importancia-da-psicomotricidade-para-o-desenvolvimento-infantil/ – A importância da Psicomotricidade para o Desenvolvimento Infantil – Instituto NeuroSaber
- https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/beneficios-da-psicomotricidade – A importância da Psicomotricidade na Educação Infantil
- https://revistaft.com.br/a-relevancia-da-psicomotricidade-para-o-desenvolvimento-e-aprendizagem-de-criancas-na-educacao-infantil/ – A RELEVÂNCIA DA PSICOMOTRICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DE CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL –
- DAMÁSIO, A. R. O erro de Descartes: emoção, razão e cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
- KYRILLOS, Michel Habib M.; SANCHES, Tereza Leite. Fantasia e criatividade no espaço lúdico: educação física e psicomotricidade. In: ALVES, Fátima. Como aplicar a psicomotricidade: uma atividade multidisciplinar com amor e união. Rio de Janeiro: Wak, p.153-175.
- FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade. 2. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1988.
- FONSECA, V. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004.
- GORETTI, Amanda Cabral. A psicomotricidade. Brasília: CEPAGIA, 2009.
- OLIVEIRA, Gisele de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico. 4.ed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2000.
- SOUZA, Juçara. A importância da psicomotricidade na educação infantil. Rio de Janeiro – RJ/ 2009.