A disortografia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a capacidade de escrever corretamente, especialmente no que se refere à ortografia. Indivíduos com disortografia apresentam dificuldades em aplicar as regras ortográficas, confundem letras ou sons e cometem erros frequentes na escrita, como a omissão ou troca de letras. Esse distúrbio não está relacionado a déficits intelectuais, mas sim a dificuldades cognitivas específicas ligadas à linguagem escrita.
Tais erros podem ser causados por dificuldades na percepção dos sons que compõem as palavras ou na aplicação automática rápida das regras gramaticais. Além disso, as crianças com disortografia podem ter um desempenho mais lento do que os seus colegas de classe. A disortografia pode ser causada por diversos fatores, como dificuldades intelectuais, linguísticas, educacionais e perceptivas.
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1. Caracterização da Disortografia
Disortografia vem da combinação dos termos “dis” (desvio) + “orto” (correto) + “grafia” (escrita). De acordo com o DSM-V, essa condição também é conhecida como Perturbação da Expressão Escrita, caracterizando-se como um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica. Ela afeta a capacidade de escrever corretamente, especialmente no que diz respeito à precisão ortográfica, organização, estruturação e composição de textos, resultando em construções frasais pobres e curtas, além de um número elevado de erros ortográficos.
Os sintomas da disortografia podem variar, mas geralmente incluem uma série de dificuldades na escrita que afetam a precisão ortográfica, a gramática e a organização das informações. Crianças com disortografia podem apresentar os seguintes sintomas:
– Erros Ortográficos Frequentes
De acordo com Hudson (2019), aponta que a disortografia diz respeito a hipóteses de escrita das palavras disforme de suas normas ortográficas, isto é, os aprendizes com disortografia tendem a cometer erros ortográficos com frequência, como: omitir letras, inverter sílabas ou confundir sons na escrita, o que leva a palavras mal escritas e dificuldades para formar frases corretas.
– Dificuldades Gramaticais
A disortografia também pode afetar a compreensão e aplicação das regras gramaticais. Os aprendentes podem ter dificuldades para usar corretamente a pontuação, estruturar frases e fazer concordâncias adequadas. Isso pode resultar em textos gramaticalmente incorretos e de difícil compreensão.
– Caligrafia Ilegível e Escrita Lenta
Além dos erros ortográficos e gramaticais, podem ter uma caligrafia ilegível e uma escrita lenta. Eles podem ter dificuldades para formar letras de maneira clara e consistente, tornando sua escrita difícil de ser lida e compreendida.
– Dificuldade em Organizar as Informações
A disortografia também pode afetar a habilidade de organizar as informações ao escrever. Os aprendizes podem ter dificuldades para estruturar parágrafos, fazer quebras adequadas e organizar ideias de forma coerente. Isso pode levar a uma falta de clareza e dificuldade na comunicação escrita.
No entanto, é importante lembrar que os sintomas podem variar de um indivíduo para outro e que o diagnóstico só pode ser feito por profissionais especializados. O reconhecimento precoce dos sintomas e a busca por avaliação profissional são fundamentais para um diagnóstico adequado e intervenção efetiva.
Segundo Hudson (2019), os erros de disortografia podem ser classificados da seguinte maneira:
- Erros linguístico-perceptivos: incluem omissões, adições e inversões de letras, sílabas ou palavras, além da troca de símbolos linguísticos que são semelhantes foneticamente, como “faca” e “vaca”.
- Erros visoespaciais: envolvem a substituição de letras que se diferenciam apenas pela posição no espaço, como “b” e “d”, confusões com fonemas que possuem grafia dupla, como “ch” e “x”, e a omissão da letra “h” por não ter correspondência fonética.
- Erros visoanalíticos: são caracterizados pela dificuldade em fazer associações entre fonemas e grafemas, resultando em trocas de letras sem coerência.
- Erros relacionados ao conteúdo: ocorrem quando o indivíduo não separa corretamente as palavras, unindo-as (“ocarro” em vez de “o carro”), juntando sílabas de duas palavras diferentes (“nodiaseguinte”) ou separando palavras de forma incorreta.
- Erros nas regras ortográficas: incluem não colocar “m” antes de “b” ou “p”, ignorar regras de pontuação, esquecer-se de iniciar frases com letra maiúscula, e desconhecer as formas corretas de separação silábica, mudança de linha e uso do hífen.
Assim, a disortografia, de modo geral, refere-se às dificuldades relacionadas às regras ortográficas, o que Morais (2003) denomina de transgressões ortográficas. O autor categoriza essas regras em quatro tipos: regulares diretas, regulares contextuais, regulares morfológico-gramaticais e irregulares (MORAIS, 2003).
2. Diagnóstico da Disortografia
O diagnóstico na disortografia deve se basear no conhecimento do sistema de escrita da língua materna. Antes de iniciar qualquer investigação clínica ou educacional, é essencial que professores e terapeutas compreendam o sistema de escrita da Língua Portuguesa, composto por 26 letras que, isoladas ou combinadas com diacríticos como acentos, til e cedilha, representam os fonemas, apesar da grande variedade de sons na língua.
O sistema de escrita do português apresenta dois aspectos opostos: a Transparência Ortográfica e a Opacidade Ortográfica. A Transparência Ortográfica refere-se à regularidade, onde cada fonema (som) corresponde a um único grafema (letra), e vice-versa. Já a Opacidade Ortográfica destaca a irregularidade do sistema, onde um grafema pode representar mais de um som, ou um som pode ser representado por diferentes grafemas. Esse contraste entre regularidade e irregularidade é uma característica importante na aprendizagem da escrita em português.
É fundamental que professores e terapeutas compreendam a complexidade do sistema de escrita do português, que envolve tanto a Transparência quanto a Opacidade Ortográfica. Esse conhecimento permite que eles identifiquem de forma mais precisa as dificuldades dos aprendizes no processo de alfabetização, especialmente aqueles com transtornos como a disortografia. Ao entenderem como os fonemas se relacionam com os grafemas e as variações ortográficas, os educadores podem adaptar suas estratégias de ensino, fornecendo intervenções eficazes para melhorar a compreensão e a aplicação correta da ortografia. Isso é crucial para promover o desenvolvimento da escrita e minimizar erros recorrentes, além de fortalecer o aprendizado de regras ortográficas.
A avaliação da ortografia deve identificar o nível ortográfico da criança, revelando os tipos e a frequência de erros cometidos como dificuldades de ortografia, mistura de letras e dificuldade de separar palavras e sílabas.
Os testes para avaliar esse transtorno pode ser feito por meio de observações de trabalhos escolares, ditados (com e sem correção), escrita de textos de diferentes tamanhos, ditado de pseudopalavras, cópia, escrita a partir de figuras, e outras tarefas que testam o conhecimento ortográfico. Além disso, atividades como completar palavras e frases e tarefas de erro intencional ajudam a avaliar o domínio ortográfico. A escrita de composições usando conteúdos acadêmicos também contribui para a análise.
Ademais, pode incluir testes auditivos, que verificam se há dificuldades para ouvir e aprender as regras da língua, e testes de escrita para avaliar as dificuldades ortográficas e gramaticais. Um diagnóstico adequado é fundamental para identificar a disortografia e fornecer intervenções eficazes.
3. Intervenção na Disortografia
A intervenção na disortografia é altamente dependente da causa subjacente do transtorno, bem como do grau de comprometimento do indivíduo. É crucial identificar e abordar fatores como deficiências visuais ou auditivas, problemas de pronúncia ou ambientes de estudo desfavoráveis que possam contribuir para a disortografia.
A intervenção em disortografia na clínica psicopedagógica, foca nas alterações relacionadas ao processamento fonológico e ortográfico, geralmente decorrentes de condições genéticas e neurológicas, como os transtornos específicos de aprendizagem, incluindo a dislexia do desenvolvimento.
Zorzi (2008), em seu guia prático para auxiliar crianças com dificuldades de aprendizagem, afirma que os princípios fundamentais da intervenção começam com o desenvolvimento de certas noções, como a compreensão do que é som e letra, a explicação das suas relações, que podem ser estáveis ou convencionais, o reconhecimento dos nomes das letras e a distinção entre os sons que elas representam, além da sua classificação em consoantes e vogais, a fim de facilitar o trabalho com as regras gramaticais.
É importante ressaltar que o tratamento da disortografia deve ser adaptado às necessidades individuais de cada caso e considerar fatores específicos, como idade, habilidades cognitivas e necessidades educacionais da criança. Um plano de tratamento personalizado, com base na avaliação profissional, oferece a melhor chance de sucesso no manejo do transtorno.
Uma abordagem multidisciplinar, que envolva profissionais como fonoaudiólogos, psicopedagogos e psicólogos infantis, pode ser recomendada no tratamento da disortografia. Esses profissionais podem fornecer orientações e intervenções especializadas para ajudar os aprendentes a superar os desafios relacionados à aprendizagem e escrita corretamente.
4. Diferenças entre Disortografia e Disgrafia
A disortografia e a disgrafia são transtornos específicos de aprendizagem relacionados à escrita, mas apresentam diferenças em relação aos sintomas e às causas. A disortografia está relacionada a dificuldades na aprendizagem de ortografia e gramática, afetando principalmente a precisão ortográfica, a organização e estruturação das frases e o cumprimento das regras gramaticais.
Já a disgrafia diz respeito a dificuldades no ato motor da escrita, como a coordenação motora e a caligrafia. Enquanto na disortografia os erros estão relacionados à dificuldade no conhecimento das regras ortográficas e gramaticais, na disgrafia os problemas ocorrem no processo físico de escrever.
Na disortografia, os erros podem incluir omissão de letras, substituição de sílabas e troca de sons em palavras, enquanto na disgrafia os problemas podem envolver a irregularidade na forma das letras, a caligrafia ilegível e a dificuldade de espaçamento entre as palavras.
É importante distinguir esses transtornos, pois isso auxilia no diagnóstico e tratamento adequados. Enquanto a disortografia pode ser tratada por meio da intervenção no aprendizado das regras ortográficas e gramaticais, a disgrafia requer o trabalho na coordenação motora fina e no desenvolvimento da caligrafia. Um diagnóstico preciso permite a implementação de estratégias de apoio específicas para cada necessidade.
Veja o vídeo do canal do Instituto Domlexia https://www.youtube.com/watch?v=5eepYD71x-Q&t=3s
5. Causas da Disortografia
De acordo com Sadock e Sadock (2009, p. 41), as causas da disortografia são bastante semelhantes às da dislexia. Fatores hereditários e genéticos, por exemplo, são frequentemente associados às dificuldades que surgem no processo de aquisição da escrita.
Isso significa que tanto a disortografia quanto a dislexia podem ter origens genéticas, sendo transmitidas por meio da hereditariedade. Essas dificuldades podem impactar a maneira como a criança aprende a escrever, assim como ocorre com a leitura no caso da dislexia.
Torres e Fernández (2001, pp. 80-81) apontaram cinco tipos de causas para a ocorrência ou desenvolvimento de disortografia: as causas de tipo percetivo, intelectual, linguístico, pedagógico, percetivo, e afetivo-emocional.
1. Causas Perceptivas
Segundo Torres e Fernández (2001, pp. 80-81), as causas perceptivas estão relacionadas a dificuldades nas capacidades de percepção auditiva, visual e espácio-temporal. Esses problemas podem prejudicar a distinção de letras, orientação de grafemas, sequenciação, ritmo, discriminação e memória auditiva, essenciais para a escrita correta. Cervera-Merida e Ygual-Fernandes (2007, cit. in Crenitte, 2008, p. 84) descrevem a disortografia como um transtorno ligado a dificuldades no raciocínio visuoespacial e nas habilidades linguístico-perceptivas.
2. Causas Intelectuais
As causas intelectuais se referem à imaturidade ou déficit intelectual, necessários para realizar operações de caráter lógico-intelectual, que são cruciais para o aprendizado do código grafema-fonema. Um atraso intelectual pode interferir na compreensão e distinção de elementos linguísticos como sílabas, palavras e frases. Essas dificuldades podem afetar o aprendizado de regras gramaticais básicas, tornando o uso adequado da linguagem e a aplicação correta das regras ortográficas um desafio para os aprendizes.
3. Causas Linguísticas
Causas linguísticas, de acordo com Torres e Fernández (2001), incluem dificuldades na articulação, falta de conhecimento ou uso inadequado do vocabulário. Essas dificuldades refletem-se em erros persistentes na escrita, especialmente no que se refere à morfossintaxe e à semântica. Essas dificuldades envolvem a aquisição da linguagem e o conhecimento de vocabulário. Aprendizes com dificuldades linguísticas podem apresentar dificuldades na compreensão e na aplicação das regras gramaticais e ortográficas.
4. Causas Afetivo-Emocionais
As causas afetivo-emocionais estão relacionadas à motivação para a escrita. Mesmo em crianças com boas capacidades perceptivas e intelectuais, a falta de motivação ou estados emocionais podem gerar desconcentração, resultando em erros de escrita. Isso ocorre porque a criança pode perder a perseverança na tarefa.
5. Causas pedagógicas
Causas pedagógicas, consideradas fator-chave na etiologia das dificuldades de escrita, surgem quando há desajuste entre os métodos de ensino e o ritmo de aprendizagem da criança. Montgomery (1997, 2010) destaca que práticas pedagógicas inadequadas, mudanças frequentes de escola ou de professores, e estratégias de ensino equivocadas podem dificultar a aquisição da escrita, especialmente nos primeiros anos escolares.
Importância do Diagnóstico Precoce
O diagnóstico precoce da disortografia é fundamental para oferecer suporte adequado. É importante prestar atenção aos sinais de alerta, como erros consistentes na escrita, dificuldades na organização e estruturação dos textos e baixo desempenho em atividades de escrita. Ao identificar esses sinais precocemente, é possível buscar a avaliação de um profissional, como um fonoaudiólogo e psicopedagogo para um diagnóstico e intervenção adequados.
Sabemos que a disortografia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a escrita, especialmente a gramática e a ortografia, assim aprendentes com disortografia podem apresentar dificuldades na precisão ortográfica, na organização e estruturação das frases e no cumprimento das regras gramaticais. Portanto, o diagnóstico precoce desse transtorno é crucial para garantir que as crianças recebam os cuidados e suporte adequados desde o início.
Ao perceber sinais de alerta, como erros frequentes e persistentes na escrita, é importante não ignorá-los. Esses sinais podem indicar a presença da disortografia e a necessidade de uma avaliação profissional. O diagnóstico precoce permite que intervenções sejam implementadas o mais cedo possível, visando minimizar o impacto da disortografia no desempenho escolar e no bem-estar emocional das crianças.
Além disso, o diagnóstico precoce proporciona uma compreensão mais completa das dificuldades específicas dos alunos, permitindo a adaptação adequada das estratégias de ensino e aprendizagem. Isso possibilita que os profissionais utilizem abordagens personalizadas para ajudar a desenvolver habilidades de escrita, superar as dificuldades e alcançar seu potencial máximo.
Portanto, identificar os sinais de alerta e buscar avaliação médica e profissional é essencial para proporcionar o suporte necessário para o educando enfrentar os desafios da disortografia e promover seu sucesso acadêmico e emocional.
Sinais de alerta | Descrição |
---|---|
Erros frequentes na escrita | Criança apresenta erros consistentes e persistentes na ortografia das palavras. |
Dificuldades na organização e estruturação dos textos | Criança tem dificuldades em organizar suas ideias e estruturar frases e parágrafos de forma coerente. |
Baixo desempenho em atividades de escrita | Criança possui um rendimento abaixo do esperado em tarefas que envolvem a escrita, como redações e exercícios de gramática. |
Impacto da Disortografia no Desempenho Escolar
A disortografia pode ter um impacto significativo no desempenho escolar das crianças, dificultando a realização das atividades de escrita e comprometendo o rendimento acadêmico. As dificuldades na ortografia e na gramática podem levar a erros frequentes, falta de clareza na produção escrita e baixa velocidade de escrita. Isso pode gerar ansiedade e frustração nas crianças, além de dificultar a conclusão das tarefas escolares em tempo hábil. É fundamental oferecer suporte e intervenção adequados para minimizar o impacto da disortografia no desempenho escolar.
Importância da Intervenção Multidisciplinar
A intervenção na disortografia requer uma abordagem multidisciplinar, envolvendo profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos. O trabalho em equipe permite a avaliação completa das dificuldades dos educandos, identificação das causas e desenvolvimento de estratégias e recursos adequados para o tratamento. A intervenção multidisciplinar proporciona uma abordagem abrangente e holística, visando o desenvolvimento integral dos estudantes e a superação das dificuldades decorrentes da disortografia.
Profissional | Função |
---|---|
Fonoaudiólogo | Avaliar e tratar dificuldades na linguagem oral e escrita, incluindo a disortografia. Desenvolver estratégias de intervenção para melhorar a precisão ortográfica. |
Psicólogo | Auxiliar no apoio emocional da criança e trabalhar aspectos cognitivos relacionados à linguagem e ao aprendizado. Identificar e tratar possíveis dificuldades emocionais ou comportamentais relacionadas à disortografia. |
Terapeuta Ocupacional | Trabalhar na melhoria da coordenação motora fina, incluindo a caligrafia, para auxiliar na escrita correta. Utilizar técnicas e recursos para estimular o desenvolvimento das habilidades motoras necessárias para a escrita. |
Psicopedagogo | Identificar e tratar possíveis dificuldades de aprendizagem que possam estar relacionadas à disortografia. Desenvolver estratégias de ensino personalizadas para o aprendiz, visando melhorar o desempenho acadêmico. |
Impacto Emocional e Social da Disortografia
Além do impacto no desempenho escolar, a disortografia também pode ter um impacto emocional e social nas crianças. A dificuldade na escrita e os erros frequentes podem afetar a autoestima, gerar frustração e dificultar a participação em atividades sociais que envolvam a escrita, como trabalhos em grupo e apresentações.
Os educandos com disortografia podem enfrentar dificuldades de comunicação e interação social devido à sua dificuldade em escrever corretamente. Eles podem se sentir envergonhados e evitam oportunidades de compartilhar suas ideias por medo de serem ridicularizados por seus colegas.
O impacto emocional da disortografia pode ser significativo, uma vez que a escrita é uma habilidade essencial no contexto escolar e social. A dificuldade em acompanhar seus colegas pode levar a problemas de autoestima, ansiedade e isolamento social.
É importante oferecer suporte emocional aos indivíduos com disortografia, promovendo um ambiente de compreensão e aceitação. As escolas podem criar estratégias inclusivas para envolver esses alunos em atividades de escrita, valorizando suas ideias e incentivando seus talentos e habilidades em outras áreas.
O Papel da Família e dos Educadores
A família desempenha um papel fundamental no suporte emocional dos filhos com disortografia. A compreensão, o encorajamento e o incentivo são essenciais para fortalecer a autoconfiança e a resiliência deles.
Os educadores também desempenham um papel importante no apoio aos alunos com disortografia. Eles podem adaptar as atividades de escrita, fornecer feedback construtivo e valorizar os esforços e progressos das crianças.
“Através de um ambiente de apoio e compreensão, é possível minimizar o impacto emocional e social da disortografia, oferecendo às crianças a confiança e o suporte necessário para superar suas dificuldades e alcançar seu potencial máximo”, diz Maria Silva, psicóloga infantil.
Além disso, programas de intervenção psicopedagógica e terapia ocupacional podem ser benéficos para o desenvolvimento emocional das crianças com disortografia, trabalhando tanto suas habilidades de escrita quanto suas habilidades socioemocionais.
Oferecer suporte emocional e social é fundamental para garantir o bem-estar dos aprendizes com disortografia e auxiliá-los a enfrentar os desafios da escrita. Ao compreender suas dificuldades e incentivá-los a desenvolver outras habilidades, é possível promover uma maior inclusão e garantir que eles se sintam valorizados e capazes de alcançar seu potencial em todas as áreas da vida.
Conclusão
A disortografia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a escrita, especialmente a gramática e a ortografia. Pessoas com disortografia apresentam dificuldades na precisão ortográfica, na organização e estruturação das frases e no cumprimento das regras gramaticais.
O diagnóstico precoce e a intervenção adequada são fundamentais para oferecer suporte a quem apresenta esse transtorno. A utilização de recursos e uma abordagem multidisciplinar são essenciais para o tratamento da disortografia.
É importante oferecer suporte emocional e incentivar o desenvolvimento de outras habilidades para minimizar o impacto da disortografia no desempenho escolar e no bem-estar dos alunos.
FAQ
O que é disortografia?
A disortografia é um transtorno específico de aprendizagem que afeta a escrita, especialmente a gramática e a ortografia. Crianças com disortografia apresentam erros como omissão de letras, substituição de sílabas, troca de sons em palavras e aplicação incorreta de regras gramaticais.
Quais são os sintomas da disortografia?
Os sintomas da disortografia incluem caligrafia ilegível, escrita lenta, erros gramaticais e ortográficos frequentes, uso incorreto de pontuações e dificuldades para organizar as informações ao escrever.
Como é feito o diagnóstico da disortografia?
Para diagnosticar a disortografia, é importante levar em consideração características como dificuldades de ortografia, mistura de letras e dificuldade de separar palavras e sílabas. Os testes para avaliar esse transtorno podem incluir testes auditivos e testes de escrita.
Qual é o tratamento para a disortografia?
O tratamento da disortografia depende da causa e do grau de comprometimento do indivíduo. Pode envolver o trabalho de profissionais como fonoaudiólogos e psicólogos infantis, além do uso de recursos como exercícios grafomotores e reeducação da posição ao escrever.
Qual a diferença entre disortografia e disgrafia?
A disortografia está relacionada a dificuldades na aprendizagem de ortografia e gramática, enquanto a disgrafia diz respeito a dificuldades no ato motor da escrita, como caligrafia e coordenação motora.
Quais são as causas da disortografia?
A disortografia pode ser causada por dificuldades intelectuais, linguísticas, educacionais e perceptivas.
Por que é importante o diagnóstico precoce da disortografia?
O diagnóstico precoce da disortografia é fundamental para oferecer suporte adequado às crianças que apresentam esse transtorno. Identificar os sinais precocemente permite buscar a avaliação de um profissional e iniciar a intervenção adequada o mais cedo possível.
Quais recursos estão disponíveis para ajudar no aprendizado da disortografia?
Além do acompanhamento profissional, como o trabalho com fonoaudiólogos e psicólogos infantis, existem recursos como exercícios grafomotores e reeducação da posição ao escrever que podem auxiliar no tratamento da disortografia.
Como a disortografia afeta o desempenho escolar?
A disortografia pode ter um impacto significativo no desempenho escolar, dificultando a realização das atividades de escrita e comprometendo o rendimento acadêmico.
Por que é importante a intervenção multidisciplinar na disortografia?
A intervenção multidisciplinar na disortografia envolvendo profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, terapeutas ocupacionais e psicopedagogos permite uma abordagem abrangente e holística, visando o desenvolvimento integral da criança e a superação das dificuldades decorrentes da disortografia.
Qual o impacto emocional e social da disortografia?
A disortografia pode afetar a autoestima, gerar frustração e dificultar a participação em atividades sociais que envolvam a escrita. É importante oferecer suporte emocional às crianças e incentivar o desenvolvimento de outras habilidades.
Links de Fontes
- https://institutoneurosaber.com.br/sinais-de-disortografia/
- http://www.multirio.rj.gov.br/index.php/reportagens/15211-transtornos-de-escrita-disgrafia-e-disortografia
- HUDSON, Diana. Dificuldades específicas de aprendizagem: ideias práticas para trabalhar com dislexia, discalculia, disgrafia, dispraxia, TDAH, TEA, Síndrome de Asperger, TOC. Petrópolis, RJ: Vozes, 2019.
- Torres, R., & Fernández, M. P. (1997). Dislexia, disortografia e disgrafia. Lisboa, McGraw-Hill.
- Zorzi JL, Ciasca SM. Caracterização dos erros ortográficos em crianças com transtornos de
aprendizagem. Rev. CEFAC. 2008. - Zorzi JL. Guia prático para ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem: dislexias e outros
distúrbios. Pinhais: Melo; 2008.