Objeto de estudo da Psicopedagogia

OBJETO DE ESTUDO DA PSICOPEDAGOGIA: FUNDAMENTOS E APLICAÇÕES

O objeto de estudo da Psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos – bem como a influência do meio (família, escola, sociedade) no seu desenvolvimento (Kiguel, 1991, p. 24). 

Segundo Kiguel, o objeto de estudo tem como foco principal da Psicopedagogia o processo de aprendizagem humana, abrangendo tanto os padrões considerados normais quanto os que apresentam alterações ou dificuldades. Além disso, enfatiza que esse processo não ocorre isoladamente, mas é influenciado por fatores externos, como o ambiente familiar, escolar e social. Isso reforça a abordagem integradora da Psicopedagogia, que considera as múltiplas dimensões envolvidas na aprendizagem, permitindo um olhar mais abrangente para compreender e intervir nas situações de dificuldades.

Você sabia que 1 em cada 5 crianças brasileiras enfrenta dificuldades de aprendizagem? Esse dado alarmante mostra a importância da Psicopedagogia. Ela ajuda a entender e melhorar como as pessoas aprendem. Vamos ver os fundamentos e como ela pode mudar o aprendizado.

Neste artigo, vamos explorar a Psicopedagogia em detalhes. Vamos ver o que é, sua história, o que estuda e como é aplicada. Também falaremos sobre o papel do psicopedagogo, a importância da inclusão e os aspectos éticos da área. Prepare-se para uma viagem interessante sobre o aprendizado humano.

1. O Que é a Psicopedagogia?

A Psicopedagogia é um campo que mistura várias áreas para estudar como as pessoas aprendem. Ela busca entender os mecanismos e fatores que afetam o aprendizado. Desde o início, a área tem se desenvolvido para encontrar maneiras mais eficazes de ajudar quem tem dificuldades de aprender.

A Psicopedagogia começou no século XX, misturando Psicologia e Pedagogia. Primeiro, focava em resolver dificuldades de aprendizagem. Com o tempo, passou a prevenir, avaliar e intervir em problemas de aprendizagem.

Hoje, a Psicopedagogia é crucial para entender o processo de aprendizagem humana. Ela ajuda a criar métodos educacionais mais eficazes e inclusivos.

processo de aprendizagem humana

“A Psicopedagogia se dedica a compreender como os indivíduos aprendem e a desenvolver estratégias que os auxiliem a superar suas dificuldades de aprendizagem.”

De acordo com Bossa (1994, p. 51), para o psicopedagogo, aprender é um processo que implica pôr em ação diferentes sistemas que intervêm em todo o sujeito: a rede de relações e códigos culturais e de linguagem, que desde antes do nascimento, têm lugar em cada ser humano à medida que ele se incorpora a sociedade. Veja o vídeo do Canal Vitrine Educativa de Mariana Imore sobre: O que é a Psicopedagogia.  https://www.youtube.com/watch?v=XU5G25lqWHU 

2. Objeto de Estudo da Psicopedagogia

De acordo com as autoras Rubinstein (1987) e Weiss (1991) em relação ao objeto de estudo da Psicopedagogia, sugerem que há um certo consenso quanto ao fato de que ela deve ocupar-se em estudar a aprendizagem humana. Elas destacam que, apesar das diversas abordagens e interpretações sobre a Psicopedagogia, existe um consenso entre os estudiosos de que seu principal objeto de estudo deve ser a aprendizagem humana. Essa perspectiva sugere que a Psicopedagogia está centralmente interessada em compreender como as pessoas aprendem, quais fatores influenciam esse processo e como intervir em casos de dificuldades ou alterações na aprendizagem. Isso evidencia o compromisso da área em investigar tanto os aspectos normativos quanto os desafios da aprendizagem, sempre considerando o indivíduo em sua totalidade e o contexto em que está inserido.

Conforme relata Jorge Visca: A psicopedagogia foi uma ação subsidiaria da medicina e da psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e complementar, possuidora de um objeto de estudo o processo de aprendizagem e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios. (VISCA  apud BOSSA, 2007, p. 23).

Para Golbert, (1985, p. 13) … (o) objeto de estudo da Psicopedagogia deve ser entendido a partir de dois enfoques: preventivo e terapêutico. O enfoque preventivo considera o objeto de estudo da Psicopedagogia o ser humano em desenvolvimento, enquanto educável.

Seu objeto de estudo é a pessoa a ser educada, seus processos de desenvolvimento e as alterações de tais processos. Focaliza as possibilidades do aprender, em um sentido amplo. Não deve se restringir a uma só agência como a escola, mas ir também à família e à comunidade. Poderá esclarecer, de forma mais ou menos sistemática, a professores, pais e administradores sobre as características das diferentes etapas do desenvolvimento, sobre o progresso nos processos de aprendizagem, sobre as condições psicodinâmicas da aprendizagem, sobre as condições determinantes de dificuldades de aprendizagem. O enfoque terapêutico considera o objeto de estudo da Psicopedagogia a identificação, análise, elaboração de uma metodologia de diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem.

De acordo com Neves, (1991, p. 12), a Psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades internas e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais, procurando estudar a construção do conhecimento em toda a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos.

Segundo Scoz, (1992,p.2), a Psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem e suas dificuldades e em uma ação profissional deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e sintetizando-os.  

Portilho (2003, p.125) em sua definição: Psicopedagogia tem por objeto de estudo a aprendizagem do ser humano que na sua essência é social, emocional e cognitivo – o ser cognoscente, um sujeito que para aprender pensa, sente e age em uma atmosfera, que ao mesmo tempo é objetiva e subjetiva, individual e coletiva, de sensações e de conhecimentos, de ser e vir a ser, de não saber e de saber. Essa ciência estuda o sujeito na sua singularidade, a partir do seu contexto social e de todas as redes relacionais a que ele consegue pertencer […].

Do ponto de vista de Bossa (2000, p.22), a definição do objeto de estudo da Psicopedagogia passou por fases distintas, assim como os demais aspectos dessa área de estudo. Em diferentes momentos históricos, que repercutem nas produções científicas, esse objeto foi entendido de várias formas.

A citação de Bossa (2000) destaca que o objeto de estudo da Psicopedagogia não foi definido de forma fixa ou estática, mas evoluiu ao longo do tempo, acompanhando as transformações históricas e as contribuições científicas. Isso significa que, à medida que a Psicopedagogia se desenvolveu como área de conhecimento, seu foco de investigação também se diversificou e se reconfigurou, refletindo as mudanças nas abordagens teóricas, nas necessidades práticas e nas influências dos contextos sociais e culturais.

A autora informa que ao longo de sua evolução, a Psicopedagogia passou a compreender o conceito de “não aprendizagem” de uma forma mais ampla e significativa, considerando-o como algo carregado de sentidos específicos, sem necessariamente se opor ao aprender. Essa abordagem é sustentada, sobretudo, por fundamentos da Psicanálise e da Psicologia Genética. Nessa perspectiva, busca-se entender a singularidade do indivíduo ou grupo, considerando as particularidades de suas características e alterações em relação às suas histórias pessoais e contextos socioculturais. Para uma melhor compreensão desse tópico, adquira o livro da autora Nadia A Bossa. Veja nesse link: https://amzn.to/44XjStz

Esse entendimento evoluiu ao longo do tempo, acompanhando as mudanças na concepção de aprendizagem e na visão de ser humano, influenciadas por cada momento histórico. Atualmente, a Psicopedagogia adota uma visão abrangente de aprendizagem, reconhecendo a interação entre fatores biológicos, emocionais, intelectuais e socioculturais que moldam a relação do sujeito com o meio.

Os estudiosos da Psicopedagogia destacam sua natureza interdisciplinar. Compreender essa característica é fundamental para reconhecer sua especificidade como uma área de estudo distinta, pois, ao integrar saberes de diferentes campos, a Psicopedagogia constrói seu próprio objeto de estudo, o que é um elemento essencial para a prática interdisciplinar.

Com os avanços tecnológicos, a importância do cérebro como base neurobiológica da aprendizagem ganhou destaque, levando a Psicopedagogia a incorporar as contribuições das neurociências. Essas descobertas têm enriquecido a compreensão dos processos de aprendizagem, fornecendo subsídios para repensar a educação em uma perspectiva transdisciplinar, que integra conhecimentos diversos para fortalecer o corpo teórico da Psicopedagogia.

As neurociências desempenham um papel fundamental na composição transdisciplinar do corpo teórico da Psicopedagogia, pois oferecem uma compreensão aprofundada das bases biológicas e funcionais do processo de aprendizagem. Ao investigar como o cérebro processa informações, desenvolve habilidades cognitivas e responde a estímulos emocionais e ambientais, as neurociências fornecem insights valiosos para a identificação, prevenção e intervenção em dificuldades de aprendizagem.

Esses avanços permitem que a Psicopedagogia amplie sua abordagem, considerando fatores neurobiológicos como elementos essenciais para compreender o aprender e o “não aprender”. Essa integração fortalece a capacidade do psicopedagogo de desenvolver estratégias mais eficazes e personalizadas, levando em conta as particularidades de cada sujeito em seu contexto sociocultural.

Além disso, as neurociências têm contribuído para repensar práticas pedagógicas e terapêuticas, enfatizando a importância de estimular o cérebro de forma adequada durante períodos críticos de desenvolvimento. Com isso, consolidam-se como uma área essencial dentro da Psicopedagogia, promovendo uma visão holística e integradora do processo de aprendizagem humana.

Essa área estuda vários aspectos importantes, como:

  • Desenvolvimento cognitivo e suas etapas
  • Funções mentais superiores (atenção, memória, linguagem, raciocínio, etc.)
  • Estilos e ritmos de aprendizagem
  • Dificuldades e distúrbios de aprendizagem
  • Estratégias e técnicas de ensino-aprendizagem
  • Fatores emocionais, sociais e ambientais que impactam a aprendizagem

Com essas pesquisas e abordagens, a Psicopedagogia busca entender melhor o aprendizado humano. Ela quer saber quais são os desafios e como superá-los. Assim, pode criar métodos mais eficazes para a aprendizagem. Veja na tabela abaixo os elementos inseridos na abordagem psicopedagógica:

ElementoDescrição
 1. Desenvolvimento cognitivo Estudo das etapas e transformações pelas quais passa o   desenvolvimento intelectual do indivíduo
 2. Funções mentais superiores Análise das capacidades cognitivas complexas, como atenção,   memória, linguagem e raciocínio
 3. Estilos e ritmos de   aprendizagem Investigação sobre as diferentes maneiras pelas quais os indivíduos   aprendem e assimilam informações
 4. Dificuldades e distúrbios de   aprendizagem Estudo dos obstáculos e problemas que podem afetar o processo   de  aprendizagem
 5. Estratégias e técnicas de ensino-   aprendizagem Desenvolvimento de métodos e abordagens para otimizar os   processos de ensino e aprendizagem
 6. Fatores emocionais, sociais e   ambientais Análise dos elementos externos que influenciam a aprendizagem   do indivíduo

Com essa abordagem, a Psicopedagogia se torna crucial para entender e melhorar a aprendizagem humana.

3. A Transdisciplinaridade na Psicopedagogia

Devido à complexidade e abrangência de seu objeto de estudo, a Psicopedagogia requer o apoio de conhecimentos oriundos de diversas teorias e áreas do saber, que incidem de forma transdisciplinar sobre os processos de aprendizagem humana.

O psicopedagogo é um profissional pós-graduado, um multiespecialista em aprendizagem humana que congrega conhecimentos de diversas áreas a fim de intervir nesse processo, seja para potencializá-lo ou para sanar possíveis dificuldades, utilizando instrumentos próprios da psicopedagogia (GONÇALVES, 2005, p.7).

No primeiro Congresso Mundial de Transdisciplinaridade 1994, foi criado uma Carta da transdisciplinaridade para definir o conceito transdisciplinar:

objeto de estudo da psicopedagogia

Artigo 3: “(…) A Transdisciplinaridade não procura a dominação de várias disciplinas, mas a abertura de todas as disciplinas ao que as atravessa e as ultrapassa.”

Transdisciplinaridade é uma abordagem de conhecimento que transcende as fronteiras tradicionais das disciplinas acadêmicas, integrando diferentes áreas do saber para compreender e solucionar problemas de maneira mais ampla e holística.

Essa perspectiva vai além da interdisciplinaridade (que conecta disciplinas diferentes) e da multidisciplinaridade (que utiliza várias disciplinas em paralelo) ao buscar uma síntese que unifica conceitos, métodos e práticas, criando novas formas de compreensão que emergem da interação entre os campos de estudo.

No contexto educacional e científico, a transdisciplinaridade reconhece a complexidade dos fenômenos e a necessidade de abordá-los considerando suas dimensões interconectadas, sejam elas científicas, culturais, sociais ou espirituais. Essa abordagem promove um diálogo entre saberes acadêmicos e conhecimentos práticos, tradicionais ou emergentes, contribuindo para uma visão integrada e inovadora da realidade.

Esse caráter transdisciplinar permite que a Psicopedagogia integre diferentes perspectivas, como a pedagogia, psicologia, psicanálise, neurociências, linguística, sociologia, antropologia, entre outras, para compreender a aprendizagem em suas múltiplas dimensões.

Essa abordagem integradora é fundamental para abordar os aspectos cognitivos, emocionais, sociais e culturais que influenciam o aprender e o não aprender, oferecendo uma visão ampla e profunda das interações entre sujeito, ambiente e processo de ensino. Por meio dessa fusão de saberes, a Psicopedagogia é capaz de criar estratégias de intervenção e prevenção mais completas, atendendo às demandas individuais e contextuais de cada aprendiz.

Além disso, ao buscar subsídios em outras áreas, a Psicopedagogia fortalece sua identidade como campo de estudo autônomo, ao mesmo tempo em que valoriza a contribuição de disciplinas complementares. Essa interação contínua promove avanços teóricos e práticos, permitindo que a Psicopedagogia acompanhe as transformações sociais e científicas, enriquecendo suas práticas e garantindo sua relevância no contexto educacional e clínico.

A transdisciplinaridade visa promover um diálogo entre diferentes áreas do conhecimento e seus dispositivos. O diálogo serve como ensejo para uma situação de cooperação entre as diferentes áreas. Transdisciplinaridade é, portanto, diálogo e cooperação entre diferentes áreas do conhecimento.

É sabido que a prática psicopedagógica teve suas origens em uma abordagem médico-pedagógica, voltada para a identificação de problemas de aprendizagem. Atualmente, a Psicopedagogia conta com a colaboração de conhecimentos específicos de diversas outras teorias, as quais incidem transdisciplinarmente sobre os seus objetos de estudos, como: psicologia, psicologia social, pedagogia, neurologia, psicanálise, serviço social, fonoaudiologia, linguística, fundamentos da neurociência e outros, ampliando sua capacidade de compreender e intervir nos processos de aprendizagem de forma integrada e abrangente.

Segundo Bossa, (2000, p. 26) nenhuma dessas áreas surgiu especificamente para responder à problemática da aprendizagem humana. Elas, no entanto, nos fornecem meios para refletir cientificamente e operarmos no campo psicopedagógico, o nosso campo.

A citação de Bossa destaca que as áreas de conhecimento que compõem a base teórica da Psicopedagogia não foram criadas exclusivamente para abordar as questões relacionadas à aprendizagem humana. No entanto, essas áreas — como a psicologia, pedagogia, neurologia, psicanálise, entre outras — fornecem ferramentas essenciais para uma análise científica e uma atuação prática no campo psicopedagógico. Em outras palavras, essas disciplinas oferecem subsídios teóricos e metodológicos que, quando integrados, possibilitam uma compreensão mais profunda e uma intervenção mais eficaz nos processos de aprendizagem, que é o foco principal da Psicopedagogia.

É importante salientar que a Psicopedagogia é uma área que vem para somar, trabalhando em parceria com os diversos profissionais que atuam em sua área de abrangência (BEYER, 2003).

Para Edith Rubinstein (1999) é impossível engessar a Psicopedagogia enquanto prática, num modelo pré-concebido, pois os profissionais trazem traços marcantes de sua formação inicial e de seu percurso acadêmico que é bastante variado; alguns são oriundos da área da educação, outros da psicologia, outros ainda da fonoaudiologia, da terapia ocupacional, entre outras.

Os profissionais da Psicopedagogia, assim como de outras áreas, baseiam sua prática em diferentes pressupostos teóricos, que podem variar conforme suas preferências e formações prévias. Essa diversidade teórica reflete os diferentes enquadramentos adotados pelos psicopedagogos, que são influenciados por suas identificações com correntes específicas do conhecimento. Por exemplo, ao optar pelas teorias da personalidade, o psicopedagogo pode escolher a Psicanálise como referência para compreender os significados inconscientes relacionados às dificuldades de aprendizagem. Essa escolha geralmente está fundamentada na vivência pessoal do profissional, incluindo sua própria experiência de análise, bem como nas condições e enfoque de sua formação acadêmica e prática.

Em resumo, a prática psicopedagógica é enriquecida pela diversidade de abordagens teóricas que cada profissional pode adotar, de acordo com sua formação e experiências pessoais. Essa pluralidade permite ao psicopedagogo selecionar métodos e perspectivas que melhor se adequem às demandas específicas de cada caso, tornando uma atuação mais eficaz e personalizada. Assim, a integração de teorias fortalece a prática psicopedagógica, promovendo um suporte mais abrangente e adaptado às necessidades dos aprendizes.

4. Ética e Responsabilidade Profissional em Psicopedagogia

A ética e a responsabilidade profissional em Psicopedagogia são pilares fundamentais para a prática desta área, que lida diretamente com questões sensíveis relacionadas à aprendizagem humana. O psicopedagogo deve atuar de forma ética, respeitando a singularidade do sujeito, assegurando a confidencialidade das informações e evitando qualquer tipo de discriminação. 

O Código de Ética da categoria, inicialmente modificado no biênio 1991/1992 pela ABPp e posteriormente reformulado pelo Conselho Nacional no biênio 1995/1996, está disponível no site da instituição. Este documento deve ser rigorosamente seguido por todos os psicopedagogos, pois reflete o compromisso com a responsabilidade e a seriedade no exercício profissional.

Essa atuação psicopedagógica exige um compromisso ético com  a promoção  do  bem-estar  e  desenvolvimento  dos  sujeitos  atendidos.  Segundo Maluf (2019, p. 78), “o psicopedagogo deve pautar sua prática na valorização da autonomia, singularidade   e   dignidade   de   cada   indivíduo,   respeitando   suas   diferenças   e particularidades”.

Conforme Martins (2017, p.  56), “a ética na  Psicopedagogia  refere-se  ao  respeito  aos direitos e dignidade dos indivíduos, à confidencialidade das informações e à integridade da  profissão”.

A confidencialidade  é  essencial,  garantindo  a  privacidade  e  segurança  das informações  compartilhadas  pelos  clientes.  Conforme  Bossa  (2015,  p.  89),  “o  sigilo profissional  é  fundamental  para  estabelecer  um  vínculo  de  confiança  entre  o psicopedagogo  e  o  cliente”.

A  responsabilidade profissional  também  envolve  a atualização  constante  de  conhecimentos  e  práticas  para  oferecer  um  serviço  de qualidade.  Segundo  Oliveira (2018,  p.  112),  “a  responsabilidade  profissional  implica investir  em  formação  continuada  e  buscar  aprimoramento  constante”. Então,  a transparência  e  honestidade  nas  relações  com  clientes  e  colegas  de  trabalho  são cruciais. 

É fundamental agir com integridade e ética em todas as situações, preservando a credibilidade e reputação da profissão (Silva, 2020, p. 45).

A ética e a responsabilidade são pilares indispensáveis ​​na atuação do psicopedagogo, uma vez que sua prática impacta diretamente o desenvolvimento emocional, social e cognitivo de seus pacientes. Agir com integridade e ética, como afirma Silva (2020, p. 45), é essencial para preservar a confiança e a confiabilidade da profissão. Isso inclui o compromisso de manter o sigilo absoluto sobre as informações pessoais dos pacientes, garantindo a privacidade e a confiança necessária para estabelecer uma relação terapêutica sólida.

Os profissionais devem agir com:

  1. Imparcialidade e equidade no atendimento: os psicopedagogos tratam todos os clientes com justiça, sem considerar características pessoais.
  2. Respeito à diversidade: a prática deve valorizar as diferenças, evitando discriminação.
  3. Atualização profissional contínua: os psicopedagogos devem se manter atualizados com novas pesquisas e técnicas.

Assim, a imparcialidade e a equidade são fundamentais no atendimento psicopedagógico. Cada cliente deve ser tratado com justiça, independentemente de suas características pessoais, como gênero, raça, religião ou condição socioeconômica. O respeito à diversidade é outro princípio norteador: o psicopedagogo deve valorizar as diferenças individuais, evitando qualquer forma de preconceito ou discriminação, criando um ambiente acolhedor e inclusivo.

A objeto de estudo da psicopedagogia também exige responsabilidade em diagnósticos e processos interventivos. Os psicopedagogos devem agir com cautela e embasamento científico.

A atualização profissional contínua também se destaca como um elemento essencial. Diante do constante avanço das ciências cognitivas, neurociências e teorias educacionais, é imperativo que o psicopedagogo esteja em sintonia com as mais recentes pesquisas e técnicas de intervenção. Essa busca constante por conhecimento permite que o profissional ofereça um atendimento baseado em evidências e alinhado às melhores práticas, garantindo maior eficácia nos resultados terapêuticos.

“A ética e a responsabilidade profissional são fundamentais na Psicopedagogia. O trabalho do psicopedagogo influencia diretamente na vida dos seus clientes.”

Assim, a união desses princípios éticos com a competência técnica fortalece a prática psicopedagógica, contribuindo para o desenvolvimento integral dos aprendizes e para o reconhecimento da profissão.

Em conclusão, a Responsabilidade Profissional em Psicopedagogia exige ética e responsabilidade dos profissionais, garante um atendimento de qualidade e respeito aos clientes. Leia na íntegra o Código de Ética do psicopedagogo. https://www.abpp.com.br/wp-content/uploads/2020/11/codigo_de_etica.pdf

Conclusão

O psicopedagogo tem como objeto de estudo o sujeito em seu processo de aprendizagem, considerando aspectos cognitivos, emocionais, sociais e culturais que influenciam a maneira como o indivíduo aprende. Esse profissional desempenha um papel essencial no ambiente escolar, atuando tanto de forma preventiva, ao identificar e minimizar possíveis dificuldades de aprendizagem, quanto de maneira terapêutica, ao intervir diretamente nos problemas já instalados.

Sua prática abrange não apenas o suporte aos alunos, mas também a orientação de educadores e familiares, promovendo um ambiente mais inclusivo e propício para o desenvolvimento integral do estudante. Além disso, o psicopedagogo contribui para a melhoria das práticas pedagógicas e para a criação de estratégias que favoreçam uma aprendizagem eficaz e significativa.

Exploramos a Psicopedagogia e sua importância na aprendizagem humana. Ela vai além de apenas transmitir conteúdo. Ela estuda os fatores que afetam a aprendizagem e o desenvolvimento.

FAQ

O que é a Psicopedagogia?

A Psicopedagogia é um campo que mistura várias áreas do saber como: psicologia, psicologia social, pedagogia, neurologia, psicanálise, serviço social, fonoaudiologia, linguística, fundamentos da neurociência, entre outros. Ela busca entender como as pessoas aprendem. Isso inclui identificar o que pode afetar o aprendizado.Seu objetivo é melhorar a forma como as pessoas aprendem. Isso ajuda a superar dificuldades de aprender.

Qual é o objeto de estudo da Psicopedagogia?

A Psicopedagogia foca no aprendizado humano. Ela quer saber como as pessoas aprendem e quais são os fatores que influenciam isso. Também busca entender como resolver problemas de aprendizagem.Entende a importância dos aspectos emocionais, sociais e pedagógicos na aprendizagem.

Qual é o papel do psicopedagogo?

O psicopedagogo ajuda a entender e melhorar o aprendizado. Ele:– Avalia e identifica problemas de aprendizagem– Usa estratégias de intervenção– Orienta pais e professores– Trabalha com outros profissionais– Promove a inclusão e o desenvolvimento integral.

Quais são as principais teorias da aprendizagem utilizadas pela Psicopedagogia?

A Psicopedagogia usa várias teorias, como:– Teoria Cognitivista: Foca em como o cérebro processa informações.– Teoria Construtivista: Vê a aprendizagem como um processo de construção do conhecimento.– Teoria Sociocultural: Mostra a influência da sociedade e cultura na aprendizagem.– Teoria Humanista: Valoriza emoções, motivação e autorrealização na aprendizagem.

Como a Psicopedagogia contribui para a inclusão educacional?

A Psicopedagogia é essencial para a inclusão educacional. Ela:– Entende as necessidades educacionais dos alunos– Cria estratégias de intervenção– Orienta professores e famílias sobre inclusão– Trabalha com uma equipe para melhorar o acesso e sucesso dos alunos.

REFERENCIAS:

ABPp – Associação Brasileira de Psicopedagogia. www.abpp.com.br

BOSSA, Nádia A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

MALUF, M. R. Ética na Atuação Psicopedagógica: Princípios e Diretrizes. São Paulo: Vetor Editora. 2019.

GONÇALVES, J. E. Com vocês, a Psicopedagogia. In: PINTO, M. A. L. (org). Psicopedagogia: diversas faces, múltiplos olhares. 2. ed.São Paulo: Olho d’Água, 2003. p.6-8.

PORTILHO, Evelise Maria Labatut. Conhecer-se para conhecer. In: BARBOSA, Laura Monte Serrat. Psicopedagogia um portal para inserção social. Petropolis-RJ: Vozes, 2003, p. 125-131.

Auxiliadora Lemos
Auxiliadora Lemos

Sou Auxiliadora Lemos. Professora e Psicopedagoga Clínica com mais de 18 anos de experiência na área. Esse espaço é dedicado a assuntos da Psicopedagogia, para guiar estudantes, recém-formados e profissionais que estão começando na área. Meu objetivo é oferecer suporte, compartilhar conhecimentos, dar dicas de recursos e facilitar a transição acadêmica à prática psicopedagógica. Vamos explorar juntos o fascinante universo do desenvolvimento humano e da aprendizagem!

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